Há muito tempo tantos empresários não revisavam seus processos. Há muito tempo em time que estava ganhando não se mexia.
A situação, agora, obrigou empresas a revisarem imediatamente a caixa preta de seus afazeres. Mesmo as rotinas mais padronizadas e estabelecidas passaram a ser revisadas, seja pela carência de algum suprimento, redução da mão de obra, elevação de custos ou mesmo pelo sumiço ou redimensionamento da demanda.
O que deveria ser constante dever de casa passou, de uma hora para outra, a ser questão de vida ou morte.
O curioso é que muitos negócios perceberam, na dor, que revisar seus processos ou mesmo seu modelo de negócio poderia ser algo lucrativo, mesmo em tempos de crise de tamanha intensidade.
Não foram poucas as empresas que, diante das exigências decorrentes da pandemia, perceberam que uma “nova normalidade” poderia começar a ser construída. De repente, em intensidade de estratégia de guerra, algumas empresas perceberam-se reduzindo custos e aumentando produtividade.
Empresas do varejo reinventaram-se direcionando foco às vendas on line e obtendo resultados satisfatórios, restaurantes já começam a vislumbrar o fechamento de operações físicas em virtude de expressivos resultados através de entregas por aplicativos, agências de consultoria e publicidade há algum tempo já ensaiam manter seus colaboradores em casa, dentre uma série de outros exemplos possíveis de empresas e mercados que identificaram oportunidades de melhoria.
Obtendo resultados positivos, repensando a necessidade de custos com aluguel, móveis, material de expediente, energia elétrica, água etc., estariam estas empresas preocupadas em voltar à “normalidade”? Definitivamente, não.
Profissionais liberais, vislumbrando ganhos em escala através de maior utilização de plataformas digitais estariam preocupados neste “retorno à normalidade”? Creio que não.
Penso, pois, estarmos vivendo uma espécie de “darwinismo profissional”, em que os que não se adaptarem, sobretudo ao trabalho remoto, poderão estar limitando suas possibilidades de trabalho e emprego. Haverá uma seleção natural, pelo mercado, aos profissionais que mais se adequem. E, bom que se ressalte, o serviço público não está blindado deste fenômeno. O trabalho remoto, que já é realidade em muitos órgãos e projeto piloto em outros, ganhará força nos próximos meses.
Ao novo profissional, adaptado, disciplina e automotivação serão habilidades essenciais para uma boa colocação.
Em tempo, afirmo desejo de que esses novos formatos de relação a serem estabelecidos entre empresas e colaboradores valorizem o que de fato é relevante nesta relação: as pessoas, seus talentos e suas histórias.
Você ainda acredita em volta à normalidade?
Adm. Rodrigo Cavalcante Mestrando em Administração Servidor Público Federal Professor Sócio da Real Inteligência em Negócios
Comments